Natal, final de ano, tempo de parar. Parar para refletir, pensar e recomeçar...
Feliz Natal !!!!
A delicada relação entre crianças e a mídia
novembro 19, 2009Por Fernanda Becker e Pedro Telles.Analisar os efeitos da mídia sobre o desenvolvimento de crianças é uma tarefa que se torna mais complexa a cada salto tecnológico. Há algumas décadas a comunicação se dava quase que unicamente por meio da palavra e de mídias impressas, possibilitando uma definição mais criteriosa dos conteúdos a que diferentes públicos teriam acesso. Hoje, a televisão e a internet diluíram fronteiras entre o universo adulto e o infantil. E, assim, os jovens têm acesso fácil e cada vez maior a conteúdos inadequados à idade e ao desenvolvimento.Entre 2004 e 2008, o tempo médio diário que as crianças brasileiras passaram assistindo televisão foi de 4 horas e 48 minutos para 4 horas e 54 minutos, segundo dados do Ibope. Simultaneamente, o tempo médio de navegação na internet já ultrapassou 19 horas mensais e segue crescendo. Os dados mostram que as crianças não estão migrando de uma mídia para a outra, mas apenas se tornando mais expostas aos meios de comunicação audiovisuais. Somando-se isso à carência da população brasileira por educação formal – o que dificulta o desenvolvimento de um pensamento crítico–, fica claro que existe a necessidade de priorizar a proteção à infância também na arena do conteúdo oferecido a esse público.Neil Postman, autor do livro O desaparecimento da infância, aponta que a televisão traz sérios riscos ao ideal de uma infância inocente e protegida por viabilizar o contato das crianças com informações e programas que justamente ferem esses princípios. A internet não apenas potencializa isso, como o faz em um ambiente que apresenta maior dificuldade na distinção entre conteúdos comerciais e não-comerciais – como, por exemplo, no caso de games online produzidos por fabricantes de brinquedos e alimentos –, expondo os pequenos também a um volume crescente de apelos mercadológicos.Mais alguns dados a respeito da relação das crianças com a internet chamam a atenção. A pesquisa internacional Norton Online Report 2009 (que analisou hábitos online de 12 países, incluindo o Brasil) mostra que crianças costumam passar duas vezes mais tempo online do que seus pais imaginam, e uma em cada cinco admite ter na internet comportamentos que seus pais não aprovariam. Além disso, segundo 62% dos pais e 45% das próprias crianças, elas passam tempo demais navegando na rede.Conforme percebido por Shirley Steinberg e Joe Kincheloe, autores de Cultura Infantil: a Construção Corporativa da Infância, as crianças têm sido progressivamente mais bombardeadas por informações e experiências oferecidas pela mídia, tornando-se mais “informadas” e “autônomas”. Mas, ao mesmo tempo, continuam sendo pequenas pessoas em desenvolvimento e que misturam fantasia e realidade, não sabendo contrapor o que a mídia diz ao mundo real, e que, assim, vão construindo uma visão de mundo distorcida devido a influência dos meios de comunicação em sua formação ética, psíquica e emocional.Recentemente, a Walt Disney Co. passou a ressarcir todos os consumidores norte-americanos dos DVDs da série Baby Einstein por conta de pressões exercidas pela sociedade civil organizada. Destinados a crianças entre 0 e 3 anos de idade, foi comprovado que eles não contribuem com o desenvolvimento das crianças conforme anunciado – havendo, inclusive, estudos que indicam possíveis riscos na utilização desse tipo de material.Assim como esses DVDs, muitos outros conteúdos destinados ao público infantil, apresentados como educativos e saudáveis, na realidade não vão além dos apelos mercadológicos, ao passo que se observa uma real insuficiência de produções de qualidade. Nesse contexto, é imprescindível que conteúdos dignos de uma infância saudável sejam valorizados e estimulados tanto por iniciativas públicas, quanto por iniciativas privadas.O nítido descaso com relação a essa questão por parte de diversos agentes da sociedade é alarmante, e se queremos formar cidadãos é urgente a necessidade de repensarmos o que está sendo apresentado às nossas crianças nos seus primeiros contatos com o mundo. Proteger a infância é uma responsabilidade não apenas dos pais, mas também da mídia, do Estado e da sociedade civil como um todo.Fonte: Instituto Alanahttp://diganaoaerotizacaoinfantil.wordpress.com/2009/11/19/a-delicada-relacao-entre-criancas-e-a-midia/
Mais do que nunca devemos estar atentos onde, como, quando e quanto nossas crianças usam os computadores e a televisão para que não construam uma visão de mundo distorcida devido a influência dos meios de comunicação em sua formação ética, psíquica e emocional
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Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.
Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.